16 agosto 2008

A viagem de um alguém viciado em pensar.

Queridos leitores, peço que não tirem conclusões.

Estava eu passeando por uma estrada de flores cor-de-abóbora quando, de repente, aparece um anão! Ele com suas longas pernas, seus sapatos verde-fogo, com uma túnica que ia até seu pé, disse-me algo que me fez pensar: "O que a faz existir?". Quando ia responder à questão, ainda que não soubesse o que dizer naquele momento tão profundo, o anão estendeu seus longos braços e me convidou para uma dança. Dançamos sobre as nuvens, escalamos a lua e tocamos as estrelas. Durante a dança, o anão contava-me sua história, como nasceu, onde, quando morreu.

A dança chegou ao seu fim, e sentamos à beira de um lago. O céu tinha um colorido especial, a Lua sorria para nós! O lago refletia os reflexos violeta das estrelas, os peixes davam piruetas no ar e os pássaros mergulhavam para caçar. Aquele lago me fascinou de tal maneira que não resisti e tive que mergulhar também, mas o anão num salto tentou me impedir - tardiamente.

Chegando ao fundo do lago encontro um casal de namorados sentandos num banco e trocando beijos e juras de amor eterno. Senti uma solidão! Sozinha, caminhando pelos corais curiosos queria encontrar um alguém que pudesse me preencher, ser uma companhia agradável até nas horas em que experimentamos os cogumelos. Entretanto percebi que não encontraria...
A pergunta do anão voltou à minha mente, assim como o alimento mal digerido volta à boca numa ânsia incontrolável. O que me faz existir? Qual o motivo em que existo, qual a razão de eu estar viva? Comecei a procurar a razão, vasculhando minhas entranhas. Nada achei. Meu coração tentei abrí-lo mas não havia nada além de pó... a existência não tinha razão? Se tinha não encontrei, só encontrei as dores retiradas de minhas entranhas, os sofrimentos empoeirando meu coração.

Num estalo, como se fosse um relâmpago o anão mergulhou e me tirou do fundo do lago. Quando saímos eu o indaguei sobre a existência, pois achei - embalde - que ele tivesse a resposta. Não respondeu à minha pergunta diretamente, porém me mostrou encostado numa árvore, um homem cuja a face se enrugava tal era o sentimento em seu pranto. Será que a razão da existência é a dor? Não obtive respostas, somente aquela cena melancólica de um ser se contorcendo de dor.

Voltando pela estrada de flores pela qual eu vim, agora estava com uma sensação de pergunta mal respondida, porém estava satisfeita. Cheguei em casa, minha mãe abriu o telhado e conversamos horas sobre a complexidade do sistema elétrico da batedeira de bolo. Aquela conversa me animou...

Dia seguinte, acordo e olho pela janela: vejo sol, sorrindo com seus raios azuis - o céu estava com um amarelo contagiante. Queria percorrer outra estrada, quem sabe alguém não responde às minhas perguntas. Fui por outro caminho, que era diferente do outro, porém um pouco parecido. As flores cantavam, eram todas coloridas assim como o arco-íris, e estrada era forrada de pedras azul-escarlate. Vejo ao longe uma figura conhecida, com os mesmos sapatos verde-fogo, só que agora acompanhado de uma viola. Era o anão, que vinha de encontro a mim tão sorridente que a solidão que sentia passou... se não era esse o sentido da existência, pelo menos era um deles.

Brennah Enolah

Um comentário:

MAURO LIMA disse...

Bem, esse post eu confesso, me deixou até sem ar Brennah, não soube eu o que pensar.

Perdoe-me o questionamento, podes responder aqui, ou pessoalmente, ou no orkut msn ou sei lá mas, lá vai a pergunta. Pq? eu não estou com a ment abertta hoj hehehe

mas realmente isso ta me fazendo refletir muito, vc atingiu o propósito exato deste blog
fzer pensar, refletir, sair da inércia

parabens
te adoro